sábado, agosto 01, 2009

Quem será esse Juiz? Gostaria de parabenizá-lo.

Médica presa
A médica Ana Murai, coordenadora da Central Estadual de Regulação, foi presa na madrugada de quarta-feira (29/7) por desobedecer uma ordem judicial que determinava a transferência de uma paciente idosa de uma clínica particular para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) de um hospital público. Segundo O Globo, a prisão foi duramente criticada pelo secretário estadual de saúde, Sérgio Cortês, que já se encontrou com o presidente do Tribunal de Justiça do estado, desembargador Luiz Zveiter. Para ele, houve excesso por parte do juiz

terça-feira, julho 02, 2002

LEI DE MURPHY


Você já deve ter ouvido falar de Murphy, mas nunca soube que pensamentos ele refletiu, certo?! Abaixo estão eles, os axiomas (pensamentos) de Murphy. É surgerível que você reflita com bastante atenção, pois eles não são fáceis de se entender...

O primeiro axioma: "Em qualquer experiência científica, se houver alguma coisa que possa correr mal, vai correr mal."

2. "Se existir a possibilidade de várias coisas correrem mal, a que correr mal será a que causará mais estragos."

3. "Alguma coisa há de sempre correr mal."

3.1 "Essa altura será quando menos esperares."

4. "Se nada pode correr mal, alguma coisa irá correr mal."

5. "Nada é tão fácil como parece."

6. "Tudo o que fizeres levará mais tempo do que pensavas."

7. "Deixadas ao acaso, as coisas vão sempre de mal a pior."

8. "No momento mais inapropriado para alguma coisa correr mal, será aí que o problema ocorrerá."

9. "A Mãe Natureza é linxada." (*)

9.1 "O Universo não é indiferente à inteligência, antes pelo contrário, é proporcionalmente hostil a ela."

10. Se tudo parece estar a correr bem, é óbvio que te esqueceste de alguma coisa."

11. "Se ao resolver qualquer problema, te vires atrapalhado com muitos cálculos, a resposta poderá ser obtida com uma simples equação."

12. "Nunca faças nada simples e eficiente, quando podes fazer uma coisa complexa e maravilhosa."

13. "Se não couber, usa um martelo maior."

14. "Em qualquer cálculo, a culpa não será atribuída a ninguém se for mais do que uma pessoa a fazê-lo."

14.1 "Em qualquer grande descoberta, os créditos nunca serão divididos se for mais do que uma pessoa a fazê-la."

15. "Todas as clausulas das garantias de equipamentos tornam-se inválidas após o pagamento da última prestação."

(*) se alguém souber o que quer dizer "linxada", favor informar para pedro.zeballos@gmail.com - Obrigado.

quinta-feira, maio 02, 2002

pérolas da net:

Acordei cedo hoje. Pulei da cama às seis da manhã, dei uma bela
caminhada até a janela e voltei para a cama às 6H05. Fiquei dez minutos
debaixo do chuveiro frio. Amanhã pretendo abrir a água."

-- Henry Youngman


[from: www.thegreatillusion.com]

terça-feira, abril 30, 2002

sabe...

Duas coisas me angustiam mais do que todos os contratempos da vida:
O silêncio denso que permeia a agonia de um caso de amor
e aquela decorrente dor no peito que nunca se sabe se é moral ou física
como a que estou sentindo agora.

p//



segunda-feira, abril 29, 2002

Frase:


Amigo: alguém que sabe de tudo a teu respeito e gosta de ti assim mesmo. (Elbert Hubbard)






a propósito, O Incra SP está bem de Assessora de Imprensa...Parabéns, Jean Quiquinato!

MÔNICA Z. QUIQUINATO

Pensamento:
"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota." Theodore Roosevelt
Certeza

Que horrível por vezes, é a certeza que temos de coisas...




p//

domingo, abril 28, 2002

Pensamento:

O mundo não está ameaçado pelas pessoas más e sim por aquelas que permitem a maldade.
Albert Einstein

















[from: http://www.thegreatillusion.com]

sábado, abril 27, 2002


Mãe, que coisa! hoje às 10 da manhã, vc deixou de ser companheira apenas e passou a ser esposa. Parabéns, Zelão, por oficializar no papel essa união de mais de 40 anos. Oficialmente, no papel, porque na vida real, mãe, vc sempre foi o esteio do meu padrasto, do meu irmão e o meu esteio. A senhora foi nossa mãe, nossa irmã, nossa fiel amiga. Parabéns, mas antes de tudo, em nome deles, lhe digo sinceramente: obrigado. Muito obrigado. Deus lhe devolva as bênçãos que durante toda a vida, diariamente, sempre nos desejou em suas mais discretas orações a Deus. E lhe devolva também de alguma forma, com zelo toda essa ternura que nos dedica. Te amo, mãe.

sexta-feira, abril 26, 2002

Eu me casei 3 vezes antes que mamãe se decidisse casar de novo!

É verdade. Mamãe casou-se com papai eu ainda nem tinha nascido. Separou-se de papai e eu ainda nem tinha nascido também. Quando eu tinha 8 anos, mamãe resolveu assumir o seu relacionamento com meu padrasto. Para confirmar a união, os dois arranjaram-me um irmão, o Cris e nunca mais falou-se em casamento naquela casa. O tempo passou, torcida brasileira...Aos 25, peguei um Ita pro norte. depois de um ano em Belém do Pará, voltei para o Sudeste. Mais precisamente Campinas. E resolvi me casar. Ela, 30 anos. Experiente. Pensei: se ela usar tudo o que sabe em meu favor, serei um homem feito! Usou contra. Durou 4 anos e meio. A lembrança mais sutil foi eu me escondendo da Sonia Regina atrás da pilastra do prédio e ouvindo o estampido da espingarda misturado com o ricochetear da bala no concreto. Aí, conheci a Roberta. 17 para 18 anos. De fechar o trânsito. Pensei: agora dá certo. Não deu. Depois de duros 7 anos de tolerância psicológica, joguei a toalha. Fui morar num hotel. Como ninguém é de ferro, resolvi me engraçar com outra tchutchuca, a Vânia Aparecida. De apenas 17 para 18 anos. Seis anos e meio depois, ela me trocou por Cristo e foi ser obreira na Igreja Universal do Reino de Deus. Logo em seguida, ela trocou Cristo por um obreiro da mesma igreja e viveram felizes para sempre. Ainda não há notícia se ela trocou o obreiro por alguém ou por algo... Enquanto isso hoje, eu sou ex-noivo de Andréa Beatriz, uma carioquinha da gema, da Barra da Tijuca, um pitéuzinho.
Pois é. Dei exemplo mesmo. Dizia: mamãe, faça como eu! Case-se, mammy! Mammy tem 67 e meu padrasto tem 74 aninhos. E de uma coisa tenho certeza: eles se casam amanhã e serão também, felizes para sempre!!!

a propósito...

-O QUE É O AMOR, NÃO????

quinta-feira, abril 25, 2002


Paulo Angelim fala da Síndrome do coitadinho



Eu sei que você não deve agüentar mais ler alguma coisa sobre o BigBrother.
Mas, você já parou para pensar que o resultado da votação do BBB
é o próprio reflexo do país que somos e queremos ser?
Não, não me refiro ao fato deque o Kleber representa o típico brasileiro.
Infelizmente, isso aí está na cara,e já foi suficientemente explicado.
Eu me refiro ao critério que o brasileiro usou para escolhê-lo.
É isso que me preocupa.
Peço que você leia este artigo estabelecendo um paralelo com o reality show corporativo.
Aquele confinamento que uma grande parte da população tem que se submeter
por oito ou mais horas,diariamente.
Penso que se há alguma coisa a se aproveitar em programas do tipo BBB
é aprendermos muito sobre relacionamento interpessoal.
Essa competência que já povoa as prateleiras das livrarias
e tem dado muito lucro para instrutores e palestrantes.
Afinal, qual era o critério de escolha para eleger o vencedor do BBB?
Aí reside um dos grandes furos do programa.
A falta de um critério sugerido deixou que o público definisse o seu próprio critério.
Infelizmente, essa também é umarealidade dentro das empresas.
Ou você nunca viu aquelas situações em que
a voz invisível dos escritórios e fábricas ecoa pelos corredores,
em bom e alto som, o seguinte mantra: "mas, que diabos de critério
foi usado para escolher o Fulano para aquele cargo?".
Bem, foi exatamente na falta de critério do BBB
que me veio a grande decepção.
Supostamente, o critério deveria ser o de melhor habilidade
em conviver com o grupo (relacionamento interpessoal).
Aquele que mais promoveria a interação e que
menos colidiria com os companheiros.
Aquele que agente chama nas empresas de "gente boa" ou "boa praça".
Ora, se o critério fosse esse, ninguém melhor que o André, com sua
criatividade, descontração eenvolvimento, para ser o escolhido.
Se o critério fosse o equilíbrio de comportamento,
a lisura e correção moral nos procedimentos,
ninguém melhor que Vanessa para representar a moderação,
pudor e valorização dos bons costumes.
Tudo perfeito se não fosse por um único probleminha:
o povo brasileiro está mandando às favas esses predicados e atributos.
Vale para o brasileiro, segundo Nelson Rodrigues um "Narciso às avessas",
premiar quem mais precisa e não quem merece, não quem fez por onde.
Existe no brasileiro um sentimento
que podemos chamar de "síndrome do coitadinho".
Quando o brasileiro escolhe alguém como o Kléber,
ele passa uma mensagem clara para todo o país
que vencer na vida é uma loteria.
É uma questão de tirar a sorte grande.
Nada de estudar, de desenvolver uma profissão convencional, ou não.
O negócio é ter um corpo sarado, um rosto bonitinho, e sonhar com os palcos.
No "modo de vista" da maioria do nosso povo, o caminho para o sucesso,
para o crescimento, não passa pelo desenvolvimento intelectual,
cultural, pelo estudo.
Isso é coisa para os babacas.
Parece que o povo ainda acredita que a redistribuição de renda no Brasil
não deve ser feita disponibilizando-se condições mínimas de educação,
habitação e saúde para que esse povo possa crescer como gente.
Acredita que ela deve ser feita soltando dinheiro
de dentro de um avião sobrevoando os "mais pobres". Esmolas.
O povo pode até dizer outra coisa, que estudar é importante,
mas nomomento que age assim, elegendo uma massa de músculos
com o mínimo de cérebro, passa a mensagem clara para a nação,
principalmente para as crianças, que, na verdade,
o que vale é o estético, a forma, a imagem, e não o conteúdo.
Isso é celebrar um pacto pela mediocridade,
isso é nivelar por baixo, e não pelos melhores.
Perguntem as garotas se gostariam de ser uma Vanessa.
Lógico que não.
Afinal, que valor pode haver em ser equilibrada, culta e "cabeça"? "
Queria ser como a Xaiane, ou a Helena, para aparecer no site do Paparazzo".
Aquela máxima de "aja hoje como alguém que você gostaria de ser,
e acabará se transformando no que deseja" parece não valer para nosso povo.
Ou, na verdade, o que eles querem mesmo é ser Xaianes e Klebers.
Não tenho nada contra o Kleber. Reconheço que ele tem um bom coração,
tem uma certa ingenuidade infantil que cativa e deixando nosso coração
sensibilizado.
Mas não ter nadacontra alguém é bem diferente de ter algo a favor.
Lembre-se que se trata de uma pessoa que teve oportunidades de crescimento
intelectual e profissional, mas preferiu dar as costas a elas.
Escolhê-lo é validar essa atitude, é tentar compensar o erro com um prêmio,
ao invés de uma boa palmada.
Escolhê-lo é dizer: "é esse o país que eu quero
ser, é esse o povo que eu quero ter".
E nas empresas?
Espero que não seja essa a realidade de sua organização.
Que nela, a cultura empresarial valorize o crescimento por mérito,
e não por necessidades.
Caso contrário, você poderá estar implantando
a nefasta e medíocre"Síndrome do Coitadinho".
E aí, não se espante em colher os frutos que plantou.
Afinal, "faiz parrrte!"

Abraços, bênçãos e SUCESSO!

Paulo Angelim
http://www.pauloangelim.com.br


a propósito...

quarta-feira, abril 24, 2002

O Testemunho





- Arrunego d’aquela que, dizem, eu não seio, não juro, qu’e, mula de pad’e, Kuk! Kuk! Kuk! Kuk! Kuk! (gutural) Cruis! Eu t’arrunego treis vêis! Cruis da bracafusada, da encrenca da tua pantaforma! Eu so seio dizê qu’era n’um dia de sexta-feira de corésma. Era bem tarde já. Eu e mamãe, nois tinha cabado de chegá em casa, ô dispois das encomendação das arma. Nois é vinha de carreira, coge mortas d’assombrada. Mamãe, coitada, esta cahio na porta da rua, de bruço, que nem genipapo maduro, em conto eu destrancava a porta. Entrou arrastada nos meus braço, tremendo cumo vara verde, cansada em tembos de deitá a arma p’la boca. Non vê, que conde acabou-se c’ao encomendação, qu’era na rua de riba no cruzêro da Boa Morte, cada um dos companheiros pitou seu fumo e tomou seu rumo e nois também tumemo o nosso. E nois é vinha puxano muito e nois morava longe no fim da vila.

Mali fiquemo só, condo uvimo uma matinada qu’é vinha da rua de riba, e mamãe disse logo:

- Minha fia, queira Deos nois não temp hoje córqué branquifeste! E eu fiquei logo me temblano, sipono o que seria. Medo, que Deos dava! E puxa que puxa! puxa qu’e puxa! Tira que tira! quisape, quitrape!... que a arma stava pra sair pla boca! E o trem lai vem e nois demo pra corrê. Panhemo nas mão os chinelo, botemo a saia pla cabeça e metemos o arco. E o trem atrais de nois! Pramode coisa que nos vio, e avançou c’uma tricusana, c’aquela bataria que chegava a tremê a terra. Eu não sabia o que era, mamãe, antonce, foi quem conheceu de longe.

- Minha fia, stamos perdida! E eu pensei logo qu’era difunto.

- Aquilo é a mula sem cabeça, disse ela, parano. Não corre mais não, qu’é mais pió. Deita-te de bruço n’areia, cobre bem a cabeça e esconde as unha dos pé e das mão. Se ela vié e nos cherá, não tem nada.

- Mas, mamãe, a tribusana é grande, l’evém aqui perto... e pramode qu’é duas tribusana?...

- Cala boca, menina, deita! por Nossa Senhora!

E nois... bucutu! n’areia, na beira d’um fedegosal.

A lua stava quilára que nem o dia! Conde nóis fumo deitano, a tribusana parou coge perto de nóis núma encrenca... fim! ai! ui! Era duas mulona.

Vinha tinino aquela ferrage, numa latomia, c’uma pantomia que fazia horrô. Eu acho que uma sentio o bafo que o vento trazia da outra, e por isso foi que uma parou, esperano. A outra, a de riba, nam mancou! Foi chegano e aqui no contenente arribou-lhe uma bardelada na outra, que foi de quarto abaxo, que chegou escanchá. En trancaro uma briga que fedeu chamusco, aquele fedozão de enxofre. Eu arribei bem, antonce, a ponta do lançó da encomendação pra vê. Uma bruziguiada do inferno! Coge qu’assimbro, condo fui dano c’os oio na bicha.

Era patada e dentada que saía aquelas lasca de fogo! Arreparei bem as duas porcona, as duas mulona, cada qual có duas estrela na testa. Era fogo só! E elas, papu brucutu! Papu brucutu! Dava roncos e rinchava que parecia dois bichos feróis, dois diabo em pessoa. E batero ferrage!!!... batero ferrage!... brigaro horas larga, que cum poucas o galo cantou.

Aqui, cond’o galo cantou, apartaro a briga, e uma correu pra riba, outra pra báxo, que sumiro n’aquela mundaça.

Antonce nois lavantemo; e, pernas pra que te tem?

Cheguemo em casa pra morrê, e o trabaio malhó que deu-me pra socegá mamãe?

Conde nois estava para deitá, batero na porta cum força.

– Quem bate?

- É de páis.

– De páis quem?

- Eu, fulana!

- Ah! Ah! Ah!

Mamãe, que, por inlivia, sabia mais ó mêno do causo, me coxixou-me em segredo, pondo os dois dedo na boca.

– É dona fulana. Ela é que é a mula sem cabeça que nóis vimo.

– In cumas, mamãe? Proguntei eu por aqui assim indimirada e báxinho: dona fulana!?

- Não quero vê promoves, eim? Tu fais que não vê, que nada sabe; eu vou abri a porta e tu não te alavanta, nem pru sonho. E sahio e foi abri a porta.

Eu, pan! Fiz que estava drumino e roncava... de mentira.

Mamãe destrancou a porta e conversou báxim qu’eu não uvi. So uvi mamãe dizê: não tem ninguém.

A muié entrou gemeno; estava que fazima last’ma. Oia? Cada lápo d’est’amanho... no corpo todo! A outra mula era valente, e eu acho que trazia navaia e era d’outra freguesia.

Comeu a outra em vida que não mancou e coge a mata. Nam foi nada; subiu pra riba da cama e babáxo de muito segredo (aqui pra nóis), o vigáro, ô dispois do causo passado, que soube, veio in nossa casa, horas morta, e levou antonce pra casa d’ele a tal fregazona d’ele. Antonce, conde se proguntava, se dizia qu’era catarrão cum feverão. Ela se maldizeno, contava de semp’e à mamãe a sua sina. Coitada! Tinha uma má sina. Muitas vêis quisera largá o pad’e; mas porém, a sina dela puxava e ela, que só dava pr’aquilo, não tinha remeidos a dá. Hoje ninguém vê mais disto (qu’indas hai)! Mais, n’outro tempo, cumo no meu, era um risco! Deos amostrava muitos inzemplos. Ainda hai a mula sem cabeça; custa muito, mais porém hai. Essas coisas de Deos um fum!... ninguém deve marmurá. Mamãe veio sabê, ô dispois muito tempo, qu’essas gente são iscomungado. O pad’e que se mete c’ao vida d’essas tafula, desneque alevanta da cama, o premêro Deos te sarve e o premêro pilosiná é inscumungá ela sete vêis, antes de rezá. Condo reza o breviaro, sete; antes de carça o chinelo, sete também, qu’é pra levá pra igreja a fulaneja debáxo dus pé; antes de começá a missa sete; serte antes de tocá na pedradela; sete ante o premêro donozobisco; sete no mei’ da missa; sete no alevantá do Senhô; sete antes do cale, sete ô dispois que acaba a missa. E tudo isso em sete coresma ele é obrigado a fazê. Que conde interá as sete coresma e sete sexta feira, na béspa, é hora da fulanda, a tafula, virá a tal mula; sem ela esperá (n’uma sexta feira é que começa); chega cuma doida no monturo, tira a roupa toda, põe na cerca, esfrega pra lá, prá cá; que cum poucas non tem que vê; rompe na mundaça aquela bixa!... Sete freguesia! Tem de corrê o fado sete freguesia! Quem pegá uma mula d’esta, estano de tocaia, é acendê uma velha branca benta, si tem corage, pruque o causo é feio e escaroso. Vem batê em riba, non tem que vê; mas porém, é muito riscoso. Só a ferrage d’ela... umfum! Ai! Ai! Os óios nossos c’oas unha é candeia pra elas. Condo se qué sabê si uma tafula está virano, panha-se um caco de teia e cobre o rasto dela n’areia, cond’ela vai pra missa, e fica-se de mamparra até que ela vorta pru onde já passou. Retira-se ô dispois, o caco que é de se vê o rasto de um burro ferrado. Custa muito virá a mula, ispramentes as que não se chama Ana. Estas vira de sete ano.


(Ambrósio, Manuel. Brasil interior. p.50-53)

[txt from http://jangadabrasil.com.br]
A Mula sem cabeça

Depois que anoitecia na fazenda São José, encravada entre espigões da serra do bebedouro, nos contrafortes da serra da Mantiqueira, só se ouvia a algazarra dos cachorros latindo e das crianças brincando. O sol deixava o imenso terreiro de café muito quente. As crianças corriam pelo mormaço, envoltas pela escuridão. Os mais velhos conversavam na varanda da casa principal e os jovens sentavam no escadario da entrada do casarão, numa conversa ferrada. Luz, só de lamparina ou lampeão. De repente, a algazarra da criançada terminava como num passe de mágica. Então, a gente via todas as crianças formarem uma imensa roda em volta de dona Maria de Morais, a querida Vóquinha, corruptela que os netos criaram para Vovó Mariquinha. Analfabeta, tinha uma tremenda memória e sabia de cor absolutamente todas as estórias infantís da literatura universal e da tradição local. Ela contava de tudo. Uma vez, contou da mula-sem-cabeça. Era uma mula imensa, feroz, enfeitiçada, que andava pelas madrugadas no estradão ou entre as lavouras de café e pelas invernadas. Jamais entenderei como a gente admitia, mesmo sendo criança, que era um fato a mula-sem-cabeça ter os olhos de fogo e soltar chamas pelas ventas...
p//

domingo, abril 21, 2002

Per una ragazza di cui il sorriso è più bello di Sandra Bullock
Il relativo sorriso che lo ha molto non vede, può essere il tasto che va aprire il cancello della felicità che forse un giorno, noi può godere insieme.


Réquiem para Pedrinho

Agora há pouco, pensava eu, mesmo sem querer, nas coisas que acontecem na vida da gente. Quanto mistério há na intenção da natureza! Quanto ainda teremos que viver para entender um pouquinho só de tudo isto! Não me levem a mal, não quero parecer um sujeito piegas, meloso, nada disso. Entretanto, mais uma vez, eu vim aqui para falar de amor. Não de amor por uma mulher. Nem pela pátria. Nem por uma causa. Nem pelas coisas. Mas um amor súbito e não por isso menos belo que todos os amores que fervilham na face da Terra, sitiados por tanto ódio que se vê nos jornais, que se enxergam nas ruas, por vezes nos olhos das pessoas. Quero falar do amor para com um ser pequenino, indefeso, extremamente carente, que um belo dia, apareceu em nossas vidas assim, como que por acidente. Assustado, mas absolutamente lindo pela sua pureza, pela sua fraqueza, ou mesmo lindo por sua inexplicável beleza. Primeiro, ele chegou, apenas. Depois, conquistou um a um daquela casa e ao final, até os visitantes. Se fosse um castelo, a criadagem certamente teria boa parte do dia para cuidá-lo. Se fosse em um reinado, o rei certamente teria sempre um olhar de ternura para ele. E Duques, Vizires, Condes, Emires, toda a nobreza local ou estrangeira teria um minuto do seu dia para apreciá-lo. Mesmo que pudesse nos ouvir agora, ele não entenderia jamais estas palavras. Mas talvez tenha sentido o tempo todo em que convivemos, curto tempo, nossos olhares, nossas mãos, nossos carinhos, nossa atenção. Porque o amor não precisa de grandes formas, de grandes seres, de dimensão para acontecer. A grandeza do amor está na exata proporção de sua intensidade, não obstante quem dedique ou quem receba. Então, foi bonito. Muito bonito. Todos nós amamos aquela criaturinha como se fosse um bebê recém-chegado em nossas vidas e a ela dedicamos, sim, muita ternura. Mas um dia, sem aviso, sem despedida, veio a agonia. As partidas com despedidas são terríveis, mas as que não as têm, são piores. Não houve uma marcação, um tempo, um portal para a ausência. - Apenas um telefonema. Um aviso. Uma lágrima. Um soluço. Uma viagem para fora de mim mesmo, de tudo, por um segundo, mas bem longe, muito longe daqui, talvez para tentar resgatá-lo. Talvez para assimilar a notícia. Pronto. Se foi. E assim, termina aqui uma história tão pequenina quanto o seu protagonista. Segue apenas uma dolorida saudade e uma vontade louca de dizer que ainda te amamos muito mesmo, Pedrinho!

p//



Em tempo.- Pedrinho foi um lindo filhote de bem-te-vi que caiu do ninho na Barra da Tijuca às margens da lagoa, foi recolhido à casa por Dona Neusa, conquistou a todos por alguns dias mas não resistiu à ausência da mãe, vindo a morrer na palma da mão de Andréa Beatriz. Todo mundo chorou nesse dia.



"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando... E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?"

Charles Chaplin

sábado, abril 20, 2002

DIPLOMA EM XEQUE
Jornalista sem diploma é um fato

Cláudio Buongermino (*)

Já escrevi vários artigos aqui no Observatório da Imprensa argumentando contra a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Sempre fui muito sarcástico, porque estava na defensiva (minha, não do diploma) e não via muita chance de que um dia o quadro mudasse em favor do livre acesso à profissão.

Agora, graças à decisão judicial suspendendo a obrigatoriedade, a coisa mudou de figura e o debate, de nível. Sei que a liminar vai cair, mas depois vai levantar - e vai cair e levantar, cair e levantar, até chegar a uma instância definitiva. Neste ponto, como bem observou Mino Carta, o debate sobre a questão terá de ser muito mais sério, independentemente do resultado final.

E o debate, infelizmente, não tem sido muito substantivo. Alberto Dines que me perdoe, mas eu não entendi o que ele quis dizer com seu artigo publicado na edição de 7/11 do OI. Li e reli, e não percebi qual a posição dele. E também fica difícil descobrir algo de útil num debate enviesado pelo (esperável) corporativismo pró-diploma de professores de Jornalismo, estudantes de Jornalismo e mesmo de jornalistas que se sentem ameaçados pelo fantasma do desemprego. E muito menos em artigos que arrolam extensa bibliografia para discutir um assunto tão prático, tão mundano.

Uma coisa importante não está sendo dita, ou está sendo dita de modo muito oblíquo: a presença de jornalistas de fato que atuam mesmo sem diploma (em oposição aos jornalistas por direito, que têm o diploma) já é uma realidade incontornável, pelo menos nas redações paulistas.

Formados e incapazes

Puxo pela memória e lembro de 16 colegas que conheci pessoalmente e que são formados por outros cursos que não o de Jornalismo. Todos atuam ou atuaram em grandes redações (muitas vezes em cargos importantes - um deles foi até secretário de redação).

Quais suas formações? Três em ciências sociais; três em editoração; dois em publicidade; e, com um caso cada, cinema, relações públicas, artes plásticas, história, letras, economia, direito e engenharia. Portanto, 14 são da área de humanas; destes, nada menos que oito são de comunicação e artes (ou seja, conviveram de perto com cursos e estudantes de Jornalismo). O economista trabalha atualmente na editoria de economia de um grande jornal, o que não soa exatamente como um absurdo. Só o engenheiro parece meio deslocado — mas posso garantir que ele é um dos repórteres mais éticos e meticulosos que já conheci.

Não vou discutir o porquê de essas pessoas terem abraçado o jornalismo, mesmo oriundas de outros cursos. Há razões várias para isso, todas elas dignas e muito longe das teorias conspiratórias formuladas por alguns paranóicos ("é tudo pau-mandado de patrão", por exemplo). Nenhuma dessas pessoas é "curiosa", diletante ou está fazendo bico.

Agora, pergunto: o que os pró-diploma sugerem fazer com esses colegas? Uma inquisição dentro das redações? Multá-los? Processá-los por exercício ilegal da profissão? Quem sabe colocá-los na cadeia?

Está para chegar o dia em que algum colega que realmente entende de jornalismo, que realmente sabe do que se trata essa profissão, que realmente ama o que faz, vai ter a desfaçatez de apontar o dedo para o não-diplomado que trabalha a seu lado, que rala tanto quanto ele, que luta para fazer um jornal decente tanto quanto ele, e dizer: "Você não é digno de exercer essa profissão." Porque quem está dentro de uma redação e não é mau caráter sabe das coisas. E quem apontar ou já apontou o dedo assim não é decente.

A discussão sobre as especificidades técnicas do jornalismo e a inacessibilidade destas a quem não fez o curso próprio é tão tola que não deveria ultrapassar o nível do balcão do boteco. Eu mesmo lido com jornalistas formados há anos que não sabem nem assinar o nome, escrevem casa com "z" e não conseguem produzir 10 linhas sobre uma chacina sem trocar os pés pelas mãos e obrigar o fechador a reescrever tudo e perguntar várias vezes quem matou e quem morreu. Perdi a conta das ocasiões em que tive de localizar repórteres em casa, a meia hora do fechamento ou no meio do pescoção, para que explicassem, por telefone, que diabos quiseram dizer com aquele texto sem pé nem cabeça e mal apurado que deixaram para o editor transformar em algo inteligível.

Pelo bem da profissão

Por outro lado, ouvi o engenheiro citado acima reclamar, ao longo de semanas, de uma matéria "venal, antiética e corrupta" feita por um colega (diplomadíssimo) para puxar o saco de determinado político. O meu colega engenheiro-jornalista não faz esse tipo de coisa e se horroriza quando alguém faz. Talvez por isso ele nunca tenha sido promovido.

Há também um certo cinismo nisso tudo. Jornalistas formados em jornalismo assinam reportagens, artigos e colunas sobre política, ciências, informática, cinema, às vezes até medicina. A maior parte deles conhece esses assuntos apenas tangencialmente, e em muitos casos trata-se de puro chute, puro palpite. Então, cabe a pergunta: jornalista se meter a falar de medicina pode, mas um médico querer ser repórter não pode?

A juíza que concedeu a liminar contra o diploma diz que assim está defendendo a liberdade de expressão. É uma pena que o tenha feito, porque a questão simplesmente não é essa - esse argumento não interessa aos não-formados que desejam trabalhar ou que já trabalham com jornalismo.

A questão, na verdade, é garantir o livre acesso dos interessados a uma profissão que depende fundamentalmente de força de vontade, talento, criatividade, ética, inteligência e boa formação cultural, não necessariamente nesta ordem. Essa garantia deve ser dada para o bem da profissão e da sociedade em nome da qual ela é exercida, e não em função da liberdade de expressão, até porque quem trabalha em jornal está sempre exercitando a liberdade de expressão do jornal, pessoa jurídica, e não de si mesmo, pessoa física. Vale lembrar que num país civilizado nem estaríamos discutindo isso - liberdade de expressão é dogma, não há necessidade de defendê-la.

Dois últimos aspectos:

1) Acabar com a obrigatoriedade do diploma significa acabar também com boa parte das faculdades picaretas que vêm inundando o mercado com pós-adolescentes incultos, analfabetos políticos - pura massa de manobra - e, pior, iludidos pela perspectiva de uma profissão "cheia de aventuras", coisa que sabemos não ser bem assim. É justamente por causa dessas faculdades que há excesso de mão-de-obra no mercado. Se isso é verdade (e quem dirá que não é, sendo essa uma questão puramente matemática?), e se essas faculdades só existem porque o diploma é obrigatório, então a culpa pelo desemprego é do diploma obrigatório? Parece a conclusão óbvia.

2) Não há tantos não-diplomados querendo trabalhar em jornal quanto pensam os paranóicos de plantão. Citei 16 lá em cima, mas são 16 entre (é um chute, mas é por aí) uns 200 jornalistas com quem já trabalhei. Menos de 10%, portanto. Aliás, todos eles poderiam estar ganhando muito mais em suas profissões de formação. O fato é que, para desejar trabalhar numa profissão cujo atual piso salarial em São Paulo não chega a R$ 1.500 (pouco mais do que ganha uma faxineira, se ela trabalhar aos sábados também) tem de ser ou muito trouxa ou amar muito o que escolheu fazer. E essa liberdade de amar o que se faz deve ser defendida a todo custo.

(*) Jornalista não-formado

fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/da141120015.htm






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sexta-feira, abril 19, 2002

O que é o que é?

Programa matinal na Rádio Gaúcha, alguma coisa como "Mil discos é o limite",
onde os ouvintes respondiam por telefone.
Locutor: Quem fala?
Ouvinte: É o Zé.
Locutor: De onde, Zé?
Ouvinte: Viamão!
locutor: Olhe Zé do Viamão! Valendo dez discos. Preste atenção!
Qual o país que se come a metade ? Prestou atenção?
Há um país cuja metade do nome é muito bom de se comer. Dez segundos para
responder.
Ouvinte, de pronto: CUBA !
Locutor: Tá certo, Zé ! Vais levar o prêmio.
Mas aqui na minha ficha estava escrito Japão...

terça-feira, abril 16, 2002

DICA:

Quer se surpreender? Dê uma olhada neste endereço:

http://www.velocidadejusta.com.br/



domingo, abril 14, 2002





Acabo de assistir a "Uma Carta de Amor" (Message in a bottle) com Kevin Costner, Paul Newman e Robin Wrhigt Penn. Belo filme.

a propósito...
Desculpe, mas não gosto das brincadeiras com o Rubinho.
Sei exatamente como ele dever se sentir.
A vida faz algo parecido com a gente.
Em menor escala, mas faz.
Sendo sempre o azarão da corrida, ficando sempre para trás, quando muito, tudo faz, fica de fora ou no máximo em segundo lugar...
Ser o substituto natural de um campeão faz pressupor que ele seja também outro campeão.
Mas Rubinho é um ser humano como eu, como você.
Antigamente, olhava o sorriso estampado nos lábios.
Mas hoje, quando o vejo pela TV, olho nos seus olhos.
Rubinho está com a tristeza nos olhos, apesar de sorrir.
Talvez para si, lhe bastasse estar um pouco atrás do campeão.
Mas para 160 milhões de brasileiros acostumados ao primeríssimo lugar de Ayrton Senna...
Creio que esta situação perversa, faz com que Rubinho acorde certos dias arrependido de ter nascido homem e de ter entrado para a fórmula 1.
Acho que nesta hora, ese rapaz deveria ter nossa compaixão, muito embora o que ele ganhe por ano a maioria de nós não ganhará nem nas duas próximas encarnações.

A propósito...
pérolas da Net - A Cartomante
Um homem escuta da cartomante:
- Em breve sua sogra morrerá de forma violenta.
Aflito ele pergunta:
- Violenta? E eu? Serei absolvido?

a propósito...



(vamos mudar a Língua-Mãe?)

Olá, Professor!

Parabéns pela sua proeza: transformar o Português em estrela do Fantástico é simplesmente inacreditável, mas tá aí, não é? A meu ver, pura competência, uma vez que a sua figura, o seu jeito de apresentar as questões, desde os tempos da TV Cultura, criam mesmo uma enorme empatia com o telespectador e transformam a delicadeza do “aprender Português” em algo absolutamente interessante. Sou seu fã!

O Zé Simão tem insistido em lembrar o seu particular e riquíssimo “bestiário” de onde tira as mais incríveis asneiras de pessoas famosas, outras nem tanto - para exibir em sua coluna, que diverte milhões de leitores todos os dias. Entretanto, ele segue a língua e se atém a usar o que é de acordo com o vocabulário e a gramática vigentes. Poderíamos ir mais longe e criar, adequar a expressão? Vejamos:


O prefixo é “besta”:

besteira . [De besta (ê) + -eira.] S. f. 1. Bras. V. asneira (1). 2. Bras. Coisa ou quantia insignificante; besteirinha: Pagou uma besteira pela casa - ótimo negócio! 3. Bras. MG V. grampo (3).

Quando alguém faz uma asneira, se faz de besta, dizemos que isso é uma bestice: apomos o sufixo ICE.

bestice . [De besta (ê) + -ice.] S. f. 1. V. asneira (1).

O sufixo “ário”:

semanário . [De semana + -ário.] Adj. 1. V. semanal. • S. m. 2. Camarista que ficava de serviço no paço por uma semana. 3. Publicação semanal; hebdomadário.

Quando falamos de besta no sentido de brutalidade e não de asneira ou impropriedade, colocamos o “i”:

bestial . [Do lat. bestiale.] Adj. 2 g. 1. Próprio de besta (ê). 2. Grosseiro, brutal; boçal. 3. Feio, repugnante.

A própria definição do Aurélio para bestiário:

bestiário 1. [Do s. m. lat. bestiariu.] S. m. 1. Ant. Gladiador que lutava no circo com as feras. 2. Livro em que, na Idade Média, se reuniam descrições e histórias de animais, reais ou imaginários, geralmente com ilustrações: "Que muito! se todos os selvagens, quase todos, tinham o seu totem, se reputavam descendentes de um bicho; se os brasões dos seus avós se confundiam com o bestiário das suas paisagens nativas!" (João Ribeiro, O Folclore, p. 16.)

Aqui, alguns termos com o prefixo besta de conotação “asneira” :

besteira . [De besta (ê) + -eira.] S. f. 1. Bras. V. asneira (1). 2. Bras. Coisa ou quantia insignificante; besteirinha: Pagou uma besteira pela casa - ótimo negócio! 3. Bras. MG V. grampo (3).

besteirada . [De besteira + -ada1.] S. f. Bras. 1. Série de besteiras, de asneiras.

bestagem . [De besta (ê) + -agem2.] S. f. Bras. 1. Besteira, bestice. [V. asneira (1).]

bestalhão . [De besta (ê) (4, 6 e 8) + -alhão.] Adj. S. m. 1. Bras. Paspalhão, toleirão, parvo, pateta. 2. Ignorante, inculto, rústico. [Fem.: bestalhona.]

Se para a semana, colocamos o sufixo “ário”, se para besteira, besteirada, bestagem e bestalhão, colocamos o prefixo besta mais o sufixo adequado, por quê não colocarmos o prefixo besta mais o sufixo ário para definirmos uma coletânea de asneiras?

Então, por quê não criar o termo BESTÁRIO (sem o “i”) para essa coleção de asneiras ditas, escritas ou feitas pelos nossos heróis ou não - do dia-a-dia?

Jamais tive problemas com o receio de parecer pretensioso (apesar de ter, sim, receio. rssss) mas o Aurélio já incorporou nas últimas décadas, palavras impensáveis tempos atrás.

a propósito...

A = ALFA
B = BRAVO
C = CHARLIE
D = DELTA
E = ECHO
F = FOX TROT
G = GOLF
H = HOTEL
I = INDIA
J = JULIET
K= KILO
L = LIMA
M = MIKE
N = NOVEMBER
O = OSCAR
P = PAPA
Q = QUEBEC
R = ROMEO
S = SIERRA
T = TANGO
U = UNIFORM
V = VICTOR
W = WHISKEY
X = X-RAY
Y = YANKEE
Z = ZULU

Pensamento:

Quando meu amigo está infeliz, vou ao seu encontro; quando está feliz, eu o espero.

Amiel

pérolas da Net - A COLHER
Semana passada convidei uns amigos para o almoço em um restaurante próximo ao nosso escritório, e notei que o garçom que nos atendeu levava uma colher no bolso da camisa.
Achei esquisito, mas tomei isso como um fato casual.
No entanto, quando o encarregado da mesa trouxe a água, copos e talheres, notei
que ele também tinha uma colher no bolso da camisa.
Olhei em volta, no salão, e percebi que todos os garçons, garconetes e atendentes
também levavam uma colher no bolso da camisa.
Quando o garçom voltou para tomar o pedido, perguntei: - Porque a colher? - Bom, - explicou - os donos do restaurante contrataram a consultora Andersen, experts em eficiência, com o objetivo de revisar e melhorar todos os nossos processos. Depois de muitos meses de análises estatísticas, eles concluiram que os clientes deixavam cair no chão a colher com 73% maior frequência do que os outros talheres.
Isso representava uma frequência de quedas de 3 colheres por hora por mesa.
Se o nosso pessoal ficasse preparado para cobrir essa contingência, nós poderíamos reduzir o numero de viagens à cozinha e, assim, poupar mais de 1,5 horas por homem por turno.
No momento em que estávamos falando, escutou-se um som metálico na mesa atrás da gente.
Rapidamente o garçom que nos atendia trocou a colher caída por aquela que ele levava no bolso, e me disse: - Pegarei outra colher quando for a cozinha, assim nao farei uma viagem extra para buscá-la agora.
Meus amigos e eu ficamos realmente muito impressionados.
O garçom continou a anotar o nosso pedido. Enquanto meus convidados ordenavam,
continuei a observar ao meu redor.
Foi, então, quando observei de relance uma cordinha fininha pendurada no ziper da calça do garçom.
Rapidamente, percorri com o olhar o salão para me certificar que todos os garçons levavam a mesma cordinha pendurada no ziper da calça.
A minha curiosidade foi muito grande e, antes do garçom se retirar, perguntei: - Desculpe, mas... por que tem essa cordinha justo aí? - Oh,sim! - respondeu, e começou a falar em um tom mais baixo: - Não tem muitas pessoas tão observadoras quanto o Sr.
Essa consultora de eficiência da qual lhe falei, achou que nós também poderíamos poupar tempo na ida ao banheiro.
- Como é isso?
- Veja bem: amarrando esta cordinha na ponta do... bem, você já sabe, podemos sacá-lo para mijar sem tocá-lo e dessa forma, eliminando a necessidade de lavarmos as mãos, encurtando o tempo gasto no banheiro em 67% por homem.
- Que ótimo, isso tem muito sentido, mas....se a cordinha ajuda a sacar, como é que volta a guardar?
- Bem, eu não sei como fazem os outros, mas eu uso a colher...

a propósito...


Há pessoas que, não obstante a sua primorosa formação e larga experiência profissional, preferem deixar isso de lado e optar pela força. Os que preferem chefiar são um exemplo clássico de auto-subestima. Enquanto as pessoas que lideram colocam os objetivos, os meios e motivam o grupo, que não precisa ser mandado para trabalhar, as pessoas que chefiam jamais delegam coisa alguma, detestam a iniciativa própria de seus subordinados, têm uma necessidade muito grande e presente de canalizar as atenções para si. Quando o chefete tem uma doença ou morre, a sua obra morre junto, porque o grupo está acostumado a obedecer e se não houver ordens...
p//

Pensamento:
O mal neste mundo, é que os estúpidos vivem cheios de sí e os inteligentes, cheios de dúvidas. Chamfort
Como se pode comer bem e barato em SP! Almocei em casa hoje - e talvez ainda jante e ainda assim sobre comida - arroz, nhoque, picanha assada, costela de porco assada, maionese, pão fresquinho e coca-cola. Gastei exatos R$ 20,00 ou pouco mais de US$ 8 numa das mercearias do bairro da Saúde que vendem comida "para viagem".

A propósito...
O Windows tem a confiabilidade de serviços advocatícios, o preço de serviços médicos e a infalibilidade de uma gerência de banco, pois é na hora em que vc mais precisa que ele falha, é extremamente caro e na pior hora possível, vc descobre que ele está trabalhando contra você.

a propósito...

sábado, abril 13, 2002


A vida é um cenário de praia.
Da nossa praia.
No pier correm crianças como nossos mais antigos sonhos, indefesas, desarmadas, confiantes, sem fantasmas, sem medos, sem mágoas. Elas correm felizes, brincando, como é de sua natureza.
No céu, as nuvens dos nossos desejos mais recônditos aparecem para o mundo, desenhando figuras imediatamente, daquilo que porventura, nem em toda a existência realizaremos.
Na linha dágua, sentadas com baldinho, umas meninas brincam de cavar e amontoar areia. Montes erigidos velozmente e tão rápido quanto são feitos, desmancham-se ao simples toque das serenas ondas que lambem gentilmente aqueles pequeninos seres cheios de beleza uma vez que pura inocência, como deveria ser o amor.
p//



Eu caí de paraquedas nessa guerra entre nossos corações
Meus motivos, de seixos na mão, lutam contra o soldado high-tec dos teus motivos.
Tua atitude é o homem-bomba para a serenidade dos meus sentimentos.
O vazio da tua ausência vai do corcovado à urca, de São Paulo ao Rio, da Terra à Lua.
p//
Destaques do dia:

Venezuela - situação confusa, vice quer assumir depois que junta militar golpista empossou o comerciante Pedro Carmona na presidência da república.

Oriente Médio - Passeatas são feitas em vários países em favor dos palestinos.

Brasil - A mulata brasileira nunca mais será a mesma. Morre Osvaldo Sargentelli.
Roseana Sarney joga a toalha e não é mais candidata à presidência.

A propósito...